23 de out. de 2011

Turmalina Paraiba


Turmalina Paraíba
Turmalina Paraíba (fonte cia das gemas)


Uma das descobertas mais impressionantes do mundo das gemas ocorreu recentemente no estado da Paraíba, aqui no Brasil. Sob a supervisão do Sr. Heitor Barbosa, a exploração persistente ao longo de sete anos da Mina da Batalha, localizada na proximidade da pequena cidade de São José da Batalha, finalmente resultou em 1988 no achado dos primeiros cristais de uma turmalina de coloração excepcional, cunhada como “Turmalina Paraíba”.
ORIGEM DA COR
As turmalinas são gemas que podem ser encontradas em quase todas as cores do arco-íris (do branco ao negro, inclusive existindo gemas incolores), mas os cristais de turmalina paraíba possuem tonalidades inigualáveis de azul e verde entre as turmalinas, assemelhando-se a cores vistas apenas nas asas de algumas borboletas, em conchas marinhas e nas penas de pavão (algumas apatitas podem ter coloração parecida). É freqüente que se usem termos como “azul pavão”, “azul turquesa” ou “azul e verde neon” para descrever essas cores tão chamativas. A turmalina paraíba também pode ser encontrada em lindas cores púrpuras e vermelhas, além de em azul profundo (como o de safiras de boa qualidade) e verde mais escuro (como o de esmeraldas de boa qualidade).

Diferindo de outras turmalinas, detecta-se elevado teor de ouro em sua composição (aproximadamente 1200 vezes o encontrado na crosta terrestre) e, enquanto a coloração das turmalinas tradicionais resulta da presença de átomos de ferro, cromo, vanádio e manganês em sua estrutura, a turmalina paraíba deve sua coloração verde e azul principalmente à presença de pequena quantidade de átomos de cobre (podendo receber a denominação mineralógica de “elbaíta cúprica”) e as cores vermelho e púrpura a átomos de manganês.
EXTRAÇÃO MINERAL
Sempre houve enorme dificuldade na exploração da turmalina paraíba. Para encontrá-la, inicialmente foram escavados vários túneis de até sessenta metros de profundidade no Morro Alto (o sítio de escavação) e múltiplas galerias que os interligavam. Uma vez encontrados os primeiros cristais, as escavações se intensificaram, mas a produção sempre foi muito limitada, pois a dificuldade residia na raridade do material, que era encontrado em bolsões ou veios muito finos (às vezes de não mais que um centímetro de espessura). Durante o período de maior produção (até aproximadamente 1993), a maioria dos cristais azuis descobertos pesavam até 1,5 gramas e os verdes não mais que 4 gramas, sendo que quase todas as peças eram encontradas fragmentadas. Raros cristais de qualidade excepcional, variando entre 5 e 25 gramas, alguns inclusive não fragmentados, foram também recuperados.
Desde 1993 a mina original está esgotada e a produção caiu dramaticamente. Existem agora três sítios de exploração:
a) os túneis originais, que foram ampliados e vastamente trabalhados, ainda sem sucesso;
b) a exploração aluvial no leito de pequeno riacho que passa junto ao Morro Alto e que “lava” depósitos do Morro Alto;
c) rede adicional de túneis em outro ponto do Morro Alto.
Dos três sítios citados acima, o que tem maior produção no momento (ainda que em sua maioria de cristais de baixa qualidade) é o aluvial. Para que se possa melhor entender a raridade do material, lembremos que a produção de grande parte dos garimpos no Brasil se expressa em quilos ou toneladas de minerais por mês. Na exploração aluvial de turmalina Paraíba, de cada 4000 toneladas de terra que é recolhida se obtêm aproximadamente 30 a 40 gramas de turmalina e, desses, geralmente apenas 25% tem qualidade razoável.
Apesar dos reduzidos resultados obtidos, a demanda pelo material é tão intensa e seu valor tão elevado que a exploração persiste, sempre na esperança de se encontrar um novo filão e reativar o comércio.
Mais recentemente, em 2001, começaram a aparecer no mercado turmalinas de coloração muito semelhante à da turmalina paraíba, porém procedentes da Nigéria, na África. Esse material é levemente mais claro que as turmalinas de origem brasileira, mas também tem em sua composição átomos de cobre e manganês, o que justifica sua similaridade.
VALOR COMERCIAL
Desde quando as primeiras gemas lapidadas de turmalina paraíba chegaram ao mercado, o material ganhou popularidade e, por sua beleza e raridade, atingiu valores nunca antes pensados para as turmalinas. Gemas acima de 1 ct nas cores azul e verde neon, principalmente, atingiram rapidamente preços de até US$5000.00 por quilate e gemas maiores chegaram a alcançar até mesmo patamares de US$20000.00 por quilate. Pode parecer muito, mas a raridade e as incertezas quanto a sua produção futura são marcantes e essas gemas são consideradas verdadeiros tesouros.
Como curiosidade, a maior turmalina paraíba lapidada existente no mundo pesa 45,11 ct.
Veronica Gandulfo

11 de set. de 2011

Alta do ouro faz prata voltar à moda

RIO - Poucos setores da economia são considerados mais supérfluos que o de joias. E poucos cresciam como ele, motivado pelo consumo da classe C e a busca da classe A por exclusividade. Mas a crise mundial alterou o preço de sua principal matéria prima: o ouro. Visto como porto seguro em tempos de turbulências, o metal já subiu 23% este ano. Com isso, o segmento aposta na criatividade de designers, com joias mais leves e abusando da prata.

Segundo Angela Andrade, diretora-executiva da Associação de Joalheiros e Relojoeiros do Estado do Rio de Janeiro, a participação da prata nas vendas do setor cresce e que a última vez em que o setor se concentrou tanto neste metal foi no início dos anos 80, quando o ouro chegou a US$ 800 a onça.

- Na época, o pessoal achava que era o fim do mundo. Imagine agora que a onça está perto dos US$ 1.800 e passando o preço da platina que é historicamente 20% a mais que o do ouro.

A Natan vende joias de R$ 100 a R$ 100 mil. Segundo Roberta Limmer, diretora comercial da rede, ao mesmo tempo em que muitos buscam diferencial, novos consumidores entram nas lojas. E, para driblar a alta do ouro, além de usar mesclas, a empresa intensificou a coleção em prata:

- Há cinco anos, 10% dos nossos produtos levavam prata. Hoje, esse percentual já é de 30%. Mas damos à prata um tratamento especial, de joia, muitas são mistura de joia, ouro e diamante - disse.
Madalena Silva, gerente da MC Joias, na Saara, no Centro do Rio, conta que a alta no preço do ouro tem levado os consumidores a metais como prata:

- Muitos consumidores estão trocando o ouro pela prata ou peças mais leves.
Lara Mader, da cooperativa de designers Joyá, conta que o consumidor tradicional de joia é antenado e chega comentando a cotação do ouro, o que facilita a venda:

- O que tentamos é reduzir um pouco o peso da peça. O grama do ouro está em R$ 83, no fim do ano passado estava em R$ 69 e, há pouco tempo, na faixa de R$ 50. Muitos dizem que em pouco tempo, o grama passará de R$ 100.
Mas o momento ainda é de bonança. O setor, que cresceu 15% em 2010, deve se expandir em 10% este ano. A H.Stern, por exemplo, não se assusta com a alta e se avança para cidades onde não tinha lojas, como Cuiabá, Campo Grande e Fortaleza. E começa a olhar melhor para a classe C, segundo Christian Hallot, autodenominado "embaixador" da marca:

- A classe C sempre comprou joia, um correntinha, um pingente, mas, em geral, o que a gente ouvia destes consumidores era: "Quando comprar uma aliança, será da H.Stern". Hoje, ele compra mais nas nossas lojas, mostramos que é possível ter produtos nossos a preços acessíveis.

Luciano Rodembusch, vice-presidente da Tiffany para a América Latina, acredita que o país vive um bom momento e se mostra otimista para a inauguração da terceira unidade no país, em Brasília, e a primeira fora de São Paulo.

- O crescimento econômico do Brasil e a maior distribuição de renda têm gerado mais oportunidades para os brasileiros celebrarem importantes momentos de suas vidas - disse.

 

24 de mar. de 2011

Liz Taylor - a Guardiã das mais belas jóias

Coleção de joias de Liz Taylor era tão vibrante quanto seus 'olhos violeta'

Acervo da atriz incluía diamantes e pérolas de rainhas arrematados em leilões.
Ex-marido dizia que 'a única palavra em italiano que Liz conhece é Bulgari'.

Fonte:Dolores Orosco Do G1, em São Paulo
Elizabeth Taylor (Foto: AFP) 
Elizabeth Taylor: joias ajudavam a realçar os olhos
inigualáveis da musa. (Foto: AFP)
Marylin Monroe disse certa vez que “os diamantes são os melhores amigos de uma garota”. E quem mais aprofundou essa amizade foi Elizabeth Taylor - que morreu nesta quarta-feira (23), aos 79 anos.
Tão vibrante quanto o olhar violeta era a sua coleção de joias, que só fez aumentar ao longo de oito casamentos. Só de Richard Burton (1925-1984) – o grande amor com quem se casou duas vezes – Taylor ganhou duas de suas mais cobiçadas peças: o "diamante Krupp" e a pérola “La Peregrina”.

O primeiro, um anel de 33 quilates, pertencia a Vera Krupp, descendente de uma célebre família de industriais alemães do século 19. Já a pérola em formato de pêra foi um presente do príncipe espanhol Filipe II à futura rainha inglesa Maria Tudor no século 16. Ambas foram adquiridas por Burton em leilões.
Outra joia famosa da atriz foi o diamante em formato de coração descoberto no século 16, que pertenceu a uma das esposas do imperador indiano Shah-Jahan. Mais um presente de Burton à diva.

Elizabeth Taylor (Foto: AP/Reuters)Elizabeth Taylor justificava sua paixão pelas joias com a frase 'grandes garotas precisam de grandes diamantes'. (Foto: AP/Reuters)

O astro sabia da paixão de Taylor pelo brilho das joias e certa vez brincou com o fato. “A única palavra em italiano que Liz conhece é Bulgari”, ironizou Burton, se referindo à famosa joalheria italiana. A grife, inclusive, dedicou uma ala especial com fotos da atriz na exposição comemorativa dos 125 anos da marca, no Grand Palais de Paris, em dezembro passado.

My love affair with jewelry  (Foto: Reprodução) 
Em livro de memórias, atriz relacionou joias a fases
importantes de sua vida. (Foto: Reprodução)

Taylor justificava seu apreço dizendo que “grandes garotas precisam de grandes diamantes”. E em relação às peças históricas arrematadas em leilões, se auto-intitulava “guardiã”.

“Sei que após minha morte minhas joias poderão ir a leilão, como aconteceu com a coleção da duquesa de Windsor. Talvez se espalhem pelos quatro cantos do mundo. Espero que quem as compre ame e cuide de cada peça como eu fiz. A verdade é que as joias têm donos provisórios, somos apenas seus guardiões.”

Em 2002, a atriz revelou parte de seu acervo – que incluia peças das marcas Cartier, Chopard e Tiffany – no livro “My love affair with jewelry” (meu caso de amor com as joias).
O lançamento da publicação – na qual Taylor escreveu suas memórias a partir de anéis, colares, brincos e broches – foi acompanhado de uma exposição de 30 peças de sua coleção.



Elizabeth Taylor (Foto: AP/Reuters/AFP)Pérolas diamantes e até uma coroa de brilhantes faziam parte do acervo de Liz Taylor. (Foto: AP/Reuters/AFP)
Na abertura da mostra, a atriz leiloou um de seus anéis de noivado no valor de US$ 80 mil. A quantia foi doada para pesquisas para a cura do HIV.
Essa paixão pelas joias, segundo a diva, não nasceu aos olhos de Hollywood. Nasceu com Taylor. “Mamãe dizia que demorei oito dias para abrir os olhos após meu nascimento. E a primeira imagem que vi foi a de seu anel de noivado”.
Elizabeth Taylor (Foto: Reuters/AFP) 
Em todas as fases de sua vida os fãs nunca a viram aparecer sem uma joia imponente. (Foto: Reuters/AFP)

5 de jan. de 2011

As Jóias de SALVADOR DALÍ



Salvador Dalí, também era designer de jóias 
Conhecido mundialmente por suas pinturas, o espanhol Salvador Dalí (1904 - 1989), nascido em Figueres, Catalunha na Espanha, foi líder do movimento surrealista e tornou-se famoso pelas suas pinturas com imagens fantásticas e impossíveis de serem vislumbradas por mentes normais. Salvador Dalí também descobriu na joalheria uma maneira de expressar sua arte e inquietações.

 
"A única diferença entre eu e um louco é que não sou louco".

Seu interesse pelas jóias nasceu em 1940, quando migrou para os Estados Unidos. Nessa ocasião, Dalí conheceu Carlos Alemany um talentoso joalheiro espanhol erradicado em Nova York e se apaixonou pela idéia de interpretar sua arte através das jóias. Essa parceria culminou numa coleção de 39 jóias surpreendentes criadas entre 1941 e 1970. A coleção foi vendida e revendida ao longo dos anos a Museus, fundações, magnatas e milionários.  Até que finalmente, em 2001 a Fundação Gala Salvador Dalí conseguiu readquirir as jóias e agora fazem parte da exposição permanente “Dalí – Joies” (“As Jóias de Dalí”), no Teatro Museu Salvador Dalí, criado pelo próprio artista.


Museu Gala Salvador Dali 

Algumas jóias possuem intrincadas partes móveis. Uma delas, "The Royal Heart”, é feita de ouro está incrustada com 46 rubis, 42 diamantes e quatro esmeraldas e é criada de tal forma que o centro “bate” como um coração real, criada para esposa Gala Éluard, por quem sentia um amor verdadeiramente imensurável e raro de se ver. Gala era sua musa inspiradora e o centro de suas atenções. Só se separaram quando Gala morreu em 1982.


The Royal Heart

"Sem uma audiência, sem a presença de espectadores, essas jóias não poderiam alcançar a função para a qual foram criadas. O espectador é, assim, o artista final.Seu olhar, coração e mente - com maior ou menor capacidade de entender a intenção do criador - impreguinam as jóias com a vida ".

Salvador Dalí

Broche Ruby Lips (1949)

Eye of time

Broche Persistence of Memory
Inspirado na tela “A persistência da Memória” (1931) se tornou o trabalho mais conhecido do artista. A obra aborda a teoria de Einstein sobre a relatividade do tempo. A inspiração do pintor veio de um queijo Camembert derretendo com o calor que faz durante o verão europeu. 

Broche Honeycomb Heart
Broche Butterfly


Por Rogério Rinaldi

Os tempos antropomórficos são outra constante em sua coleção. Ele concede formas humanas  a plantas e animais , e vice-versa. Seja nas pinturas ,nos diamantes, nos rubis, nas pérolas, nas esmeraldas, no ouro ou no crisopásio, percebemos essa metamorfose que ocorre nos sonhos quando os seres humanos tornam-se flores e árvores e atingem a perfeição.
A frivolidade de suas jóias é aparente, mas elas devem ser levadas a sério. Em todas elas sempre há um conceito a ser transmitido, mesmo que de forma bizarra e bem humorada. É como acontece, por exemplo, em seus brincos em forma de telefone. Eles "expressam a velocidade dos meios de comunicação modernos; a esperança e o perigo dos intercâmbios de pensamentos repentinos”, como explicou Dalí certa vez.

Para se entender um pouco de sua obra, é necessário levar em conta que ela não foi criada apenas para ser vista e agradar o observador. Segundo o mestre do surrealismo, ela também pretende elevar a alma, despertar a imaginação e expressar convicções. Portando, a função dessas peças só é atingida perante um público que realmente é capaz de ver verdadeiramente. O espectador é o artista final, com seu coração e sua mente, que ajudando a alcançar um nível de compreensão maior ou menor da intenção principal do artista, que foi dar vida a suas criações.Por isso elas devem sobrepor-se ao valor material de sua matéria prima .No caso de Dalí, seu design é sua própria razão de ser.



"Unicorn" - criatura mítica, o unicórnio é símbolo de pureza. Através da imagem do chifre do unicórnio atravessando o coração, Dalí buscou retratar a pureza do amor.
Space Elephant
o elefante era para Dalí o símbolo do futuro e uma de suas imagens favoritas. Ao mesmo tempo robusto e frágil, o elefante simbolizava o contraste entre passado e modernidade.


"Triunphant Angel" - para Dalí, nada era mais estimulante do que a idéia de um anjo! Por volta do final da década de 40, quando ele começou a introduzir elementos de tempo, gravidade e transcendência em sua obra, os anjos tornaram-se também figuras recorrente.