5 de jan. de 2011

As Jóias de SALVADOR DALÍ



Salvador Dalí, também era designer de jóias 
Conhecido mundialmente por suas pinturas, o espanhol Salvador Dalí (1904 - 1989), nascido em Figueres, Catalunha na Espanha, foi líder do movimento surrealista e tornou-se famoso pelas suas pinturas com imagens fantásticas e impossíveis de serem vislumbradas por mentes normais. Salvador Dalí também descobriu na joalheria uma maneira de expressar sua arte e inquietações.

 
"A única diferença entre eu e um louco é que não sou louco".

Seu interesse pelas jóias nasceu em 1940, quando migrou para os Estados Unidos. Nessa ocasião, Dalí conheceu Carlos Alemany um talentoso joalheiro espanhol erradicado em Nova York e se apaixonou pela idéia de interpretar sua arte através das jóias. Essa parceria culminou numa coleção de 39 jóias surpreendentes criadas entre 1941 e 1970. A coleção foi vendida e revendida ao longo dos anos a Museus, fundações, magnatas e milionários.  Até que finalmente, em 2001 a Fundação Gala Salvador Dalí conseguiu readquirir as jóias e agora fazem parte da exposição permanente “Dalí – Joies” (“As Jóias de Dalí”), no Teatro Museu Salvador Dalí, criado pelo próprio artista.


Museu Gala Salvador Dali 

Algumas jóias possuem intrincadas partes móveis. Uma delas, "The Royal Heart”, é feita de ouro está incrustada com 46 rubis, 42 diamantes e quatro esmeraldas e é criada de tal forma que o centro “bate” como um coração real, criada para esposa Gala Éluard, por quem sentia um amor verdadeiramente imensurável e raro de se ver. Gala era sua musa inspiradora e o centro de suas atenções. Só se separaram quando Gala morreu em 1982.


The Royal Heart

"Sem uma audiência, sem a presença de espectadores, essas jóias não poderiam alcançar a função para a qual foram criadas. O espectador é, assim, o artista final.Seu olhar, coração e mente - com maior ou menor capacidade de entender a intenção do criador - impreguinam as jóias com a vida ".

Salvador Dalí

Broche Ruby Lips (1949)

Eye of time

Broche Persistence of Memory
Inspirado na tela “A persistência da Memória” (1931) se tornou o trabalho mais conhecido do artista. A obra aborda a teoria de Einstein sobre a relatividade do tempo. A inspiração do pintor veio de um queijo Camembert derretendo com o calor que faz durante o verão europeu. 

Broche Honeycomb Heart
Broche Butterfly


Por Rogério Rinaldi

Os tempos antropomórficos são outra constante em sua coleção. Ele concede formas humanas  a plantas e animais , e vice-versa. Seja nas pinturas ,nos diamantes, nos rubis, nas pérolas, nas esmeraldas, no ouro ou no crisopásio, percebemos essa metamorfose que ocorre nos sonhos quando os seres humanos tornam-se flores e árvores e atingem a perfeição.
A frivolidade de suas jóias é aparente, mas elas devem ser levadas a sério. Em todas elas sempre há um conceito a ser transmitido, mesmo que de forma bizarra e bem humorada. É como acontece, por exemplo, em seus brincos em forma de telefone. Eles "expressam a velocidade dos meios de comunicação modernos; a esperança e o perigo dos intercâmbios de pensamentos repentinos”, como explicou Dalí certa vez.

Para se entender um pouco de sua obra, é necessário levar em conta que ela não foi criada apenas para ser vista e agradar o observador. Segundo o mestre do surrealismo, ela também pretende elevar a alma, despertar a imaginação e expressar convicções. Portando, a função dessas peças só é atingida perante um público que realmente é capaz de ver verdadeiramente. O espectador é o artista final, com seu coração e sua mente, que ajudando a alcançar um nível de compreensão maior ou menor da intenção principal do artista, que foi dar vida a suas criações.Por isso elas devem sobrepor-se ao valor material de sua matéria prima .No caso de Dalí, seu design é sua própria razão de ser.



"Unicorn" - criatura mítica, o unicórnio é símbolo de pureza. Através da imagem do chifre do unicórnio atravessando o coração, Dalí buscou retratar a pureza do amor.
Space Elephant
o elefante era para Dalí o símbolo do futuro e uma de suas imagens favoritas. Ao mesmo tempo robusto e frágil, o elefante simbolizava o contraste entre passado e modernidade.


"Triunphant Angel" - para Dalí, nada era mais estimulante do que a idéia de um anjo! Por volta do final da década de 40, quando ele começou a introduzir elementos de tempo, gravidade e transcendência em sua obra, os anjos tornaram-se também figuras recorrente.