FONTE: REVISTA VEJA
É elétrica, é vibrante, brilha no escuro.
Nada se compara à cor da turmalina Paraíba.
Problema: aqui, as minas já secaram
Problema: aqui, as minas já secaram
Juliana Linhares
Fotos divulgação |
EXÓTICA E RARA No centro do broche Camélia Paraíba, da Chanel, a deslumbrante turmalina que atualmente só é encontrada na África, em pouca quantidade |
Poucas joalherias brasileiras produzem peças com ela. "Além da dificuldade em comprar as gemas, devido à sua baixa produção, o preço final das jóias é alto demais para o consumidor brasileiro", diz Daniel Sauer, diretor da Amsterdam Sauer. "Não temos mais do que dez peças com essa pedra." Na H.Stern, um colar com uma única e resplandecente Paraíba custa 3,07 milhões de reais. "Quem procura a turmalina é alguém que já tem todas as outras pedras importantes, como diamantes e rubis", explica Christian Hallot, relações-públicas da joalheria. A turmalina Paraíba tem esse nome porque foi encontrada pela primeira vez no distrito de São José da Batalha, no interior pobre e escaldante da Paraíba. O Brasil é rico em turmalinas, mas a variedade de um azul único surgiu da obstinação típica dos caçadores de pedras. Informado da ocorrência de gemas no subsolo paraibano, no começo dos anos 80 o mineiro Heitor Dimas Barbosa decidiu garimpar na região. Com licença do governo federal, escavou durante sete anos. Em 1989, achou um punhado de turmalinas, estranhou a cor e mandou para análise no maior laboratório de gemas do mundo, o Gemological Institute of America (GIA). A resposta chegou em poucos dias: eram pedras únicas no planeta. O GIA ficou tão impressionado que publicou uma reportagem de nove páginas em sua revista, e assim a turmalina Paraíba se tornou conhecida no meio dos aficionados, por profissão ou paixão, das pedras preciosas. O preço do grama na ocasião pulou de 60 para 20 000 dólares. "Dez pistoleiros tentaram matar meu pai para tomar as terras", conta Sérgio Barbosa, filho de Heitor, hoje com 75 anos. Depois de muita briga, os Barbosa dividiram a mina da Batalha em três pedaços e exploram um deles. O auge da produção das turmalinas na mina da Batalha se deu entre 1990 e 1992. Desde então, a incidência de gemas caiu progressivamente e há dez anos a mina não produz uma pedra sequer. "Continuamos escavando. Temos esperança de encontrar outros bolsões", diz Sérgio.
Fotos divulgação e Rodrigo Lopes |
CANSOU DOS DIAMANTES? APROVEITE Brincos da Dior, com sua colorida mistura de pedras preciosas, e o colar "importante" da H.Stern: um jeito de variar, para quem já tem tudo – mesmo |
FONTE: VEJA